‘Panama Papers’ expõe bens de presidentes e personalidades em paraísos fiscais
04 abr 2016
Da AFP:
Um vazamento de documentos, publicado neste domingo, expôs ativos financeiros de presidentes e personalidades mundiais em paraíso fiscais – uma lista que inclui o entorno do presidente russo, Vladimir Putin, o chefe de Estado argentino, Mauricio Macri, além de ídolos como Lionel Messi e Michel Platini, com implicações em escândalos como o investigado pela ‘Operação Lava-Jato’.
A investigação, denominada “Panama Papers” se baseou no vazamento de dados do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca e na análise de 11,5 milhões de documentos por 370 jornalistas de mais de cem jornais em 70 países de todo o mundo sobre 140 autoridades políticas e personalidades internacionais.
Segundo a página na internet do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ), um coletivo de jornalistas investigativos que revelou múltiplos escândalos, 12 chefes de Estado em exercício e que já deixaram os postos são citados.
“Os documentos contêm novos detalhes sobre grandes escândalos, como (…) o extenso caso de lavagem de dinheiro no Brasil e alegações de propina que abalaram a Fifa”, diz um trecho da apresentação do documento no site.
Segundo o La Nación, jornal argentino que participou da análise dos documentos, “no Brasil, a Mossack Fonseca esteve envolvida no recente caso de propina e lavagem de dinheiro denominado ‘Lava-Jato'”.
Brasil
Citados de maneira direta ou indireta nos documentos vazados neste domingo, estãoo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL) estão entre os políticos brasileiros mencionados nos arquivos. Outros nomes de brasileiros que aparecem são Nestor Cerveró e Edison Lobão.
Os documentos revelam que, ao menos, 107 empresas offshore estão ligadas a investigados pela Lava-Jato e que a Mossack Fonseca operou para seis grandes empresas e famílias citadas na operação, como a empreiteira Odebrecht e as famílias Mendes Júnior, Schabin, Queiroz Galvão, Feffer e Walter Faria.
Rússsia
Nos documentos é mencionado o círculo próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e sociedades ligadas ao presidente chinês, Xi Jinping, que tem afirmado sua determinação em combater a corrupção.