Bolivianos decidem hoje se dão quarto mandato a Evo
21 fev 2016
Um homem acorda após passar dez anos em coma. Confuso, pergunta: “Como está meu filho?”. O médico responde: “Está bem. Hoje trabalha na Agência Espacial Boliviana”. O paciente se espanta: “A Bolívia tem agência espacial?”, enquanto vê o telejornal informando sobre a construção de estradas de duas vias em todo o país. Esse é um dos criativos “spots” publicitários criados para a campanha do “sim” para o referendo deste domingo (21) na Bolívia.
Com a defesa da manutenção de políticas sociais e dos investimentos em infraestrutura permitidos pelas nacionalizações e pela boa performance econômica na última década, o governo espera apoio popular nas urnas para mudar a Constituição.
A intenção é fazer com que o atual presidente, Evo Morales, 56, possa concorrer a um quarto mandato, em 2019.
Hoje, a Carta permite apenas uma reeleição. Em 2014, o mandatário obteve permissão da Corte Suprema para concorrer ao terceiro período porque a primeira gestão não contaria, sendo anterior à Constituição promulgada em 2009.
MUDANÇA NO JOGO
Quando lançou a ideia, em 2015, as pesquisas indicavam que o “sim” ganharia fácil.
O jogo, porém, mudou nos últimos meses.
A pesquisa mais recente, do instituto Mori, indica empate técnico entre as duas opções. Como há muitos indecisos (11%) ou que não declaram voto (7%), o resultado é incerto.(Folha de S.Paulo – Sílvia Colombo)